segunda-feira, 7 de junho de 2010

Levantei cedo, com uma angustia revirando o meu peito. Olhei para o lado, minha cama estava vazia. Mesmo que ele estivesse ali, eu não podia fazê-lo sofrer. Era hora de me despedir, de dizer tudo o que eu sentia em meu peito, não podia mais continuar ali, ele estava melhor sem mim. Chorei, por horas, mas não conseguia aliviar o sofrimento que estava no fundo de minha alma. Não queria deixá-lo, mas era necessário. Tudo o que eu mais queria, é que ele me segurasse em seus braços, e dissesse que tudo vai passar que possamos ficar juntos para sempre, e ser feliz sem nenhum impedimento. Sem que ninguém nos julgue, e que aceitem nosso amor. Mas, não posso ficar, todos só me vêem como uma empregada interesseira, e ele como o meu patrão. Suspirei, não conseguia mais encontrar forças para lutar e seguir em frente. Sentei-me no sofá, enquanto a luminosidade entrava pela janela julgando os meus atos, e um turbilhão de pensamentos me faziam lembrar seu cheiro, de seu carinho, de seu beijo. Arrumei minhas malas, decidida de seguir viagem, e deixei minha ultima carta de amor.
Já era hora da partida, o trem já me esperava, em meus olhos rolavam as lagrimas de um passado que nunca seria esquecido. Eric estava lá, ao meu lado, por mais que eu não quisesse, segurando a carta nas mãos como se nunca estivesse pronto para solta-la e deixar que o vento a levasse consigo. Ele me segurou em seus braços, em um abraço forte e caloroso. Sorri, tentando tranqüilizá-lo, mas não tive forças, o cheiro de seu perfume me lembrava das noites de frio que ele esteve ao meu lado, me protegendo e me aquecendo da escuridão e do vazio. As lágrimas rolavam em nossos rostos, mas havia chegado a hora. Não conseguia soltá-lo por mais que tentasse o meu coração gritava e clamava enlouquecido: fique! Mas eu não podia atender esse clamor. Encostei meus lábios lentamente nos dele, e senti sua boca pela ultima vez. Com meus olhos encharcados, me despedi. O trem me esperava, para me levar para longe do meu amado e voltar para a solidão perversa. Subi no trem, me faltava o ar, mas eu não conseguia ficar. O trem seguiu o seu caminho, e deixava para trás o passado inesquecível. Fechei os olhos e apenas pude ouvir um estrondo da porta. Até que Eric me tomou em seus braços para que todos os conflitos fossem esquecidos.
- Eu estou aqui com você, e só isso importa Juliet... Eu amo você.
Suspirei profundamente, e me deixei levar pela emoção e para a eternidade ao lado de quem eu amo.
A minha carta fora esquecida no chão da estação, inibida pela correria e pela poeira, e ficaria ali, como o símbolo do amor, e da reconciliação. Com letras tremidas e sufocadas, palavras que marcaram lágrimas. Onde o meu amor falou mais alto, deixando que as barreiras não o matem. No simples papel, foram escritas as palavras que salvaram minha vida:

Amor,
Eu estive aqui por muito tempo, mas não posso ficar. Mas algo que aprendi foi que diante do amor verdadeiro, não se desiste. Mesmo que essa pessoa implore para que desista. E você não desistiu de mim. Por isso, eu te amo.
                                                                                    Para sempre...
                                           Juliet

3 comentários:

Umrae disse...

Legais os últimos contos.
Ih, nem esquenta quanto aos selos, eu sei bem como é. Também enrolo com os meus quase sempre, e tudo sempre tão corrido...
Bjos

Cristina Moura disse...

aaaaa que texto lindo *-*

Julia Melo disse...

linnnnnnnnnndo *-* seguindo, beijos.