sexta-feira, 18 de março de 2011

Changing


"Well I've been afraid of changing... 'Cause I biult my life around you"

O céu chorava sobre nós e era algo visível aos nossos olhos. Éramos dois. Sentados, desmilinguidos e encharcados das lágrimas derramadas pelo céu escuro e nublado, esparramados em frente a uma loja de espelhos.
Aqueles espelhos nos mostravam o quanto podíamos ser diferentes. Precisávamos olhar para dentro de nós mesmos naquele dia, um espelho da alma era algo que ajudaria a explicar os sentimentos que eram tão confusos e a nosso ver, inexplicáveis talvez indestrutíveis. O pequeno galpão nos escondia do céu, que insistia em desabafar, contar suas mágoas e questionar suas escolhas passadas. Enquanto isso nos escangalhava em risos sobre o passado e questionávamos sobre o quão nos tornamos tão diferentes, talvez pessoas melhores ou piores, e tentávamos entender porque éramos tão diferentes.
Dessa vez, a música não nos acompanhava como sempre nos acompanhou todas as vezes que faltavam as palavras para expressar um sentimento quase divino. O violão ficara firme em seu lugar, protegido da imensidão dos sentimentos que seriam dedilhados em suas cordas. Não havia música, não havia sentido, não havia mais nada além de amor. E esse amor não era por mim.
Não havia toque, não havia malícia, não havia nada mais além e o toque singelo de nossos pés lavados com lágrimas de dor e um estranho sentimento meu; só meu, de ciúme e felicidade.
Era tão estranho, olhá-lo dentro dos olhos, enquanto ele me implorava para que eu dissesse uma forma de não amar alguém.  Logo eu, tão inexperiente quando se trata de amor, e ele, que amou e despedaçou o coração de milhares, me implorava uma forma de não deixar-se levar pela beleza do amor. Porém eu não sabia, não pertenço à resposta de tudo. Mas eu podia estragar tudo, tentar conquistá-lo pra mim novamente, mas eu preferi deixá-lo ser feliz.
Mesmo que ele não pertencesse mais a mim, por um bom tempo, e mesmo sentindo um ciúme destrutível dentro de meu peito, mesmo não sentindo absolutamente nada além de atração carnal por ele, eu me orgulhava em vê-lo amar alguém. Sinto-me orgulhosa, por ele ter conseguido fazer algo que eu não consegui: Que foi entregar-me de corpo e alma para meu verdadeiro amor. 

4 comentários:

Jaynne Santos disse...

A dor é horrível, quando se olha e não se pode tocar. Pior, quando se ama e não pode dizer, pois o amor alheio não é pra você.

Grande beijo;

bia santos disse...

"Todo amor um dia chega ao fim"

Mas você achará também seu caminho...

Elania Costa disse...

:O Talvez algum dia eu faça isso, tou com um pé dentro de um tipo de confusão dessa...

Bom, o texto tá lindo. Mas, qndo se ama, é preciso deixá-lo ser feliz, mesmo q não for com vc...Temos que aprender isso, mesmo que doa.

bjs

Txia disse...

Um texto muito bonito. Já passei por isso, sei bem como doi esse tipo de coisa.