sexta-feira, 4 de março de 2011

Tristeza


Hoje, corri para fora de casa, e tampei meus olhos, e fingi não ver mais uma vez aquela cena. Sou tão pequena, mas sou grande o suficiente para entender que mamãe e papai não se dão bem por minha culpa.  E tudo sempre cai em minhas costas.
 Às vezes, à noite, eu penso em fugir. Mas fugir para onde? Além do mais, mamãe sentiria minha falta, assim como eu sentiria a dela. Mesmo que sempre a visse chorando, na maioria das vezes por culpa do meu pai que sempre me desprezava. Eu a amava e eu o amava e muito.
Desde muito nova, sempre fui acusada de erros de meus pais, por eu ser um descuido, por não me quererem, e me pergunto o porquê. Peço a Papai do Céu, que um dia, o meu pai me ame de verdade, e que eu possa deixar de fingir que meus bonecos sejam o pai que nunca tive. O pai que conversa, que brinca comigo e que me ame.  
Eu nunca entendi os adultos, nunca entendi as razões da vida de alguém, nunca pude saber se eles sentem amor. Porque às vezes é tão difícil conviver com eles? Porque tudo sempre acaba em lágrimas? Porque alguém tem sempre que sofrer?  Desde pequena, aprendo que a vida é complicada, até para uma criança.
 Nunca em minha vida tão curta, tive tanta vontade de chorar, de pensar que tudo o que eu amava havia se destruído. Foi então que, destampei meus olhos, cessei minhas doces lágrimas, e corri até minha mãe, e jurei que dali pra frente, dias melhores virão. 

9 comentários:

Patrícia disse...

TO EMOCIONADA!!
Porque alguém tão jovem deveria se preocupar com tais problemas? Está é a prova de que muitos pais são culpados pela formação de filhos rebeldes, a maioria transmite o que aprendeu quando pequeno. Alguém tão jovem não deveria estar tão triste.
Mas concordo com você, dias melhores virão, com certeza.

bjs linda

any crue disse...

nossa, me vi agora mesmo nesse texto.. contou minha história ai e faço de tudo pra dar ao meu filho o amor que não tive dos maus pais... posso copiar esse texto e postar no meu blog com outra foto? seria muito importante pra mim!!! parabéns!!!
vou até te lincar aki gata bjs

-=||-|ö† g¡®£|=- disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
any crue disse...

aah ia me esquecendo.. claro que vou creditar vc ^^

Cynthia Brito disse...

Ai, que lindo, Layla.
A parte mais interessante foi quando o narrador-personagem diz querer a presença do pai, não apenas para não ter que se consolar com os brinquedinhos, mas para sentir o amor, a proteção, a emoção de ser um FILHO.
Puxa, isto é a realidade de tanta gente. Eu, na verdade, nunca gostei muito de meu pai, talvez porque ele sempre foi muito impaciente, ignorante e agressivo. Mas claro né, ele é meu pai e eu o devo respeito, o que graças a Deus nunca faltou dentro de minha casa.
Mas houve um tempo em que minha relação com meu pai esteve muito distanciada. A gente não se via, porém, não nos falávamos... ele passou um tempo distante, pouco mais de dois anos, e isto me deixou mal, aflita. Eu perdi o pouco de presença masculina que tive na minha vida. E então eu percebi que, como relatas em teu texto, muitos não têm o que eu tive... por mais que seja impaciente, ignorante e agressivo, é familia... tá no sangue, e temos de dar valor.

Que bela reflexão me trouxe coisas tão singelas em minha memória. Adorei. Estou seguindo seu blog e espero vir aqui mais vezes!

Beijos e bom carnaval.

Com amor,
Cynthia ;*

Cynthia Brito disse...

Ah, perdão. Não poderia deixar de agradecer por sua visita. Muitas pessoas dizem que vão visitar mas não cumprem. Aff. Bom, adorei ter te visto por lá. Obrigada, mais uma vez. Bjs **

Italo Stauffenberg disse...

adoro o que vc escreve.é simplismente perfeito.

parabéns

Laysa disse...

Sim, eu gostei. Só poderia ter dado um pouquinho mis de entonação infantil, já que trata-se de uma criança. Mas gostei!

Laysa Boeing, avaliadora do Projeto Créativité.

Laysa disse...

mais*