sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ontem o dia estava nublado, o céu não estava cinza, mas o meu coração estava em preto e branco, e a chuva o fazia transbordar e congelar dentro do meu peito. Eu marchava dolorosamente ao seu lado, como sempre andei enquanto suas mãos envolviam calorosamente as minhas. Mas ontem, isso não aconteceu. Só ficamos parados em silencio. Enquanto meu olhar preenchia o seu que estava completamente vazio.
Como doía enquanto te observava como uma estatueta, sem poder tocar-te e envolver-te com meus braços ingênuos. Porém só te olhei, com os olhos que nesse dia só conseguiam ver um mundo distorcido através do véu negro que os cobriam. Não hesitei em tocar a madeira cruel que nos separava. Agora você se foi para um lugar onde não posso te trazer de volta... E é isso que me atormenta. Porém, posso tirar-me a vida, para que fiquemos juntos pela eternidade, pois aqui não sobreviverei sem você. Enfim seremos um casal apaixonados, unidos pelo amor e pelo ‘destino’.
- Te verei em breve Romeo – repeti as mesmas palavras que disse da primeira vez que nos vimos. E jurei que pude ouvir sua voz, enquanto me entregava aos braços negros e solitários da morte.
- Que assim seja Julieta. 

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