sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Me pego olhando às vezes para essa foto velha, despedaçada, amarelada... Sabe quando me bate aquela saudade de revirar o peito. Quando estou sozinha em casa, e me dá uma vontade de revirar o passado e ver o que realmente mudou.
Lembro-me muito bem dessa cena. Descalça, sozinha, meio descabelada. O resto das minhas coisas estava na mala próxima a mim. Tinha sido expulsa de casa por bancar a Julieta, e por ter acreditado em um romance sem futuro. Lembro que joguei minhas sandálias rasteiras dentro do lago, e a mesma coisa fiz com o anel de noivado que tinha em meu dedo. E preferi ficar ali, observando a paisagem tranquila e serena. Pensando em inúmeras formas de seguir minha vida, que naquele dia parecia ter acabado.  Sentei-me naquele balanço onde já tinha ouvido muitas historias sobre princesas, e amores eternos. Naquele balanço que já tive os dois homens que eu amava e que me faziam companhia ao olharem as inúmeras estrelas do céu.
Lembro-me que depois daqueles longos minutos, decidi que mudaria meu destino de vez. E hoje estou aqui, depois de uma década, escrevendo esse texto, sentada no mesmo lugar que me fez finalmente acordar para vida, que fez com que eu finalmente me amasse acima de todas as coisas. Que fez com que eu me reconciliasse com os meus pais, e me fez realmente aprender que para ser amada é preciso que nós, acima de tudo, nos amemos infinitamente antes de qualquer outra coisa. Que nós nos façamos feliz, mesmo que ninguém outro o faça. Que sejamos nosso porto seguro, nossa rocha forte, nosso maior abrigo, para que possamos ser realmente amadas e felizes. 

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